Líder nas pesquisas eleitorais da Itália, Meloni diz que não é uma ameaça

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Giorgia Meloni pode se tornar a primeira mulher a ser nomeada chefe de governo na Itália. Giorgia Meloni, em foto em Roma em janeiro de 2021, pode ser a próxima primeira-ministra da Itália.
Guglielmo Mangiapane/ Reuters
A líder do partido Irmãos da Itália, Giorgia Meloni, gravou uma mensagem de vídeo em três idiomas, nesta quarta-feira, para tranquilizar os parceiros da Itália que um governo de direita liderado por ela não ameaçará a estabilidade financeira e manterá as alianças tradicionais de Roma.
Quem é Giorgia Meloni, a ultradireitista que desponta como favorita para governar a Itália
O bloco conservador da Itália, que também inclui a Liga, de Matteo Salvini, e o Força Itália, de Silvio Berlusconi, está bem posicionado para ganhar a maioria absoluta nas eleições marcadas para 25 de setembro, segundo uma pesquisa divulgada na terça-feira.
Meloni lidera as pesquisas e está a caminho de se tornar primeira-ministra. No entanto, alguns analistas duvidam de sua adequação para o papel, pois seu partido remonta a um movimento pós-fascista.
Giorgia Meloni, candidata ao cargo de primeira-ministra da Itália, durante pronunciamento em 10 de agosto de 2022
REUTERS
Meloni descartou como “absurdas” as alegações de que ela liderará um governo autoritário, dizendo que tais visões são “inspiradas pelo poderoso circuito de mídia da esquerda”. Ela não deu mais detalhes.
“A direita italiana entregou o fascismo à história há décadas, condenando inequivocamente a supressão da democracia e as ignominiosas leis antijudaicas”, disse ela em uma mensagem de vídeo enviada à mídia estrangeira em inglês, francês e espanhol.
“Nós nos opomos ferozmente a qualquer deriva antidemocrática com palavras de firmeza que nem sempre encontramos na esquerda italiana e europeia”, acrescentou.
Giorgia Meloni em discurso em Florência, em setembro de 2020.
Alberto Lingria/ Reuters
Meloni destacou o compromisso de seu partido com o Ocidente e sua condenação à invasão russa da Ucrânia, uma questão espinhosa para o bloco conservador devido aos laços historicamente estreitos de Salvini e Berlusconi com o presidente russo, Vladimir Putin.
Meloni, que frequentemente ataca “burocratas” de Bruxelas e cujo partido foi rotulado de eurocético por muitos analistas, negou quaisquer planos de sair da União Europeia e prometeu não comprometer o roteiro de Roma para obter bilhões em fundos pós-pandemia do bloco.
Meloni, que foi a principal oposição ao governo de “unidade nacional” de Mario Draghi, disse que o plano de recuperação elaborado por Draghi pode ser melhorado e que suas falhas se devem à sua coalizão rachada.
“É por isso que a Itália precisa de um governo unido e de mente clara que não apenas evite desperdiçar um euro desse dinheiro, mas também promova investimentos e crescimento em nosso país”, disse Meloni.

Fonte: G1 Mundo