Justiça mantém prisão preventiva de policiais investigados pela PF por suposto envolvimento com grupo de extermínio

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Cinco agentes da Polícia Civil foram presos durante a operação Caninana. Operação investiga até duas dezenas de assassinatos praticados entre 2019 e 2020 no estado do Tocantins. Mandados foram cumpridos na sede da Delegacia de Narcóticos
Reprodução
A Justiça manteve a prisão preventiva dos cinco policiais civis presos durante a operação da Polícia Federal que investiga a existência de um suposto grupo de extermínio. A audiência de custódia deles foi realizada na tarde desta sexta-feira (24) no Fórum de Palmas.
Também durante a tarde o Tribunal de Justiça atendeu ao pedido da defesa para que os agentes fiquem detidos em carceragens especiais fora do sistema prisional em Palmas por questões de segurança. Na quinta-feira (23), quatro investigados chegaram a ser levados para a unidade de segurança máxima de Cariri do Tocantins, no sul do estado.
O quinto agente, que se apresentou à PF no Rio Grande do Sul, está sendo transferido para Palmas nesta sexta-feira (24).
Os policiais foram presos durante a operação Caninana na quarta-feira (22). Segundo a investigação, o suposto grupo agia dentro da Divisão Especializada de Repressão a Narcóticos de Palmas (Denarc) e usava os carros da própria delegacia para matar as vítimas.
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A operação investiga até duas dezenas de assassinatos praticados entre 2019 e 2020 no estado do Tocantins. A PF concluiu que a Denarc estava usando o aparato estatal para grampos ilegais, plantar drogas falsas, servir o governo e fazer limpeza social com um “código penal próprio”.
A decisão que autorizou as prisões e buscas foi dada por um colegiado de juízes do Tribunal de Justiça do Tocantins. Dois delegados também são investigados, mas não tiveram a prisão autorizada.
O que diz a defesa
O advogado que representa os investigados, Antônio Ianowich, afirmou que todos os agentes se apresentaram espontaneamente.
“Nós não vamos comentar ainda o teor das acusações, primeiro porque não tivemos acesso aos altos. Vamos primeiro analisar do que eles estão sendo acusados, mas deixando claro que nenhum deles está se negando ou fugindo da atuação da Justiça. Todos cumprirão as decisões judiciais. Após termos acesso aos autos, respeitando o sigilo, a defesa vai se manifestar sobre o assunto”, afirmou o advogado.
A presidente do sindicato dos policiais civis disse que vai auxiliar com assessoria jurídica aos policiais. “O Simpol vai prestar todo apoio aos policiais civis e seus familiares. Todo apoio necessário a provar a inocência dos nossos policiais”, disse Susy Francisco.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que vai se manifestar no momento oportuno.
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Fonte: G1 Tocantins