Em reunião com a classe, presidente do Conselho Estadual de Cultura afirma que atenderá pedido de renúncia ao cargo

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Desde a implantação do Conselho Estadual de Cultura (CPC-TO) que a classe artística solicita a renúncia de Tom Lyra como presidente do Conselho empossado para o biênio 2021-2022. Para a classe, é muito contraditório o gestor da pasta da cultura no Estado ser também gestor do Conselho, que tem a função principal de fiscalizar e dar transparência à utilização dos recursos da cultura. E Tom Lyra é também presidente da Agência de Desenvolvimento Turístico do Estado do Tocantins (Adetuc).

Em reunião via videoconferência na quarta-feira, 20, o gestor que acumula ainda a pasta da Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e Serviços (SIC) garantiu que renunciará ao cargo conforme solicitado pela classe artística, acrescentando ainda que há a possibilidade ainda de deixar a gestão da Adetuc em breve, gerindo apenas a pasta da SIC. O encontrou virtual integrou assembleia ordinária do CPC-TO e contou ainda com a participação de cerca de 60 integrantes do grupo Mobiliza Tocantins, formado por artistas, produtores culturais, técnicos e mestres de mais 80 coletivos e associações.

O anúncio foi feito após pressão e discursos calorosos dos conselheiros de Cultura sobre respostas quanto ao acúmulo de funções do presidente e cobranças relacionadas à gestão da Adetuc e Lei Aldir Blanc, como demora no pagamento dos editais, possibilidade de utilização dos recursos restantes e Fundo Estadual de Cultura para pagamentos dos projetos suplentes da Lei Aldir Blanc, transparência na gestão e diálogo com os conselheiros, dentre outras demandas.

Em agosto de 2020, época da eleição do Conselho Estadual de Cultura, o Mobiliza emitiu Carta de Repúdio contra a posse de Tom Lyra como presidente do Conselho e de convocação de um novo processo de escolha que primasse pela transparência, impessoalidade, publicidade e democracia. “É legal, mas é imoral o gestor de uma pasta (quem tem aparo técnico e jurídico desta) ser também o gestor do seu principal órgão fiscalizador? É esta a marca histórica que deseja realmente carregar?”, questionavam os artistas na Nota.

Movimento

O Mobiliza Tocantins conta com a participação de cerca de 80 instituições representantes de artistas dos segmentos de música, artes cênicas, literatura, artes visuais, audiovisual, cultura popular e tradicional, dentre outros. O objetivo é unir artistas, mestres de cultura e instituições em prol de políticas públicas e ações em defesa da classe.

Por: Cinthia Abreu