Busca por criminosos que atacaram cidade de MT completa um mês; veja ordem cronológica dos principais fatos

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Polícia continua na busca por grupo criminoso que atacou Confresa (MT) e fugiu para o Tocantins há 30 dias. Operação Canguçu tem apoio de policiais de 5 estados e é considerada a maior ação integrada do país. Operação Canguçu: Criminosos se esconderam em árvores após entraram à Ilha do Bananal, durante fuga pelo Tocantins
Reprodução/Instagram
16 criminosos mortos, 5 suspeitos presos e uma grande quantidade de armamento pesado apreendido. Esses são os números de uma das principais caçadas a criminosos do país, a Operação Canguçu, que completa um mês nesta terça-feira (9). As buscas pelo grupo que atacou a cidade de Confresa (MT) e fugiu para o interior do Tocantins começaram no dia 10 de abril, um dia depois do crime no estado vizinho.
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Considerada pela Polícia como a maior operação integrada entre polícias estaduais em território brasileiro, a Operação conta com 350 policiais de cinco estados. Além de equipamentos de tecnologia avançada que auxiliam na busca pelos criminosos, inclusive à noite e em mata fechada. Nessas quatro semanas de operação, um verdadeiro arsenal de guerra foi encontrado pela força-tarefa.
Policiais operando drone termal durante Operação Canguçu
Divulgação
Para ajudar na busca em região de mata, os policiais contam com drones termais, sendo possível verificar a presença de pessoas na região por zona de calor. A Polícia Militar do Tocantins avalia como muito positivo o resultado da Operação Canguçu até o momento.
Estamos há 30 dias ininterruptos de operação de busca e captura de um grupo numeroso de criminosos fortemente armados, foragidos em uma região de mata de difícil acesso. A Operação vai continuar até que não restem mais evidências de que existem ainda criminosos do bando pela região e até que possamos devolver a tranquilidade para a população local.
Além do medo, a população ainda é prejudicada na economia e em outras áreas, como educação e saúde. A recomendação é que os moradores de zonas rurais não circulem pelas estradas sozinhos, principalmente à noite. “Nós temos trabalhado arduamente para que a gente capture esses criminosos e consiga devolver essa segurança para aquela população que tem sido atingida nesses dias”, enfatiza o porta-voz da PMTO, major Thiago Monteiro.
Operação Canguçu, que busca por criminosos suspeitos de aterrorizar cidade de MT completa duas semanas
Divulgação/PM
Veja a cronologia da perseguição
Dia 9 de abril – O ataque em Confresa
Aulas suspensas após invasão em Confresa
Reprodução
Um grupo de criminosos armados com fuzis invadiu o quartel da Polícia Militar em Confresa, rendeu policiais dentro da base militar e ateou fogo no prédio.
Durante a invasão, eles explodiram um carro. Telhados de residência, além de uma igreja, ficaram destruídos por causa dos explosivos.
Os criminosos seguiram para a sede da Brinks, empresa de transporte de valores. Lá, eles também explodiram as paredes do prédio. Segundo a empresa, nada foi levado.
O bando espalhou alguns explosivos pela cidade, mas foram desativados. Alguns veículos usados durante a invasão também foram encontrados abandonados em áreas indígenas.
Durante a ação, uma pessoa foi baleada, mas está fora de perigo.
Policiais de MT começaram as buscas pelos criminosos e o governador, Mauro Mendes (União), pediu apoio da PM de outros estados para ajudar na operação de busca pela quadrilha.
Dia 10 de abril – Fuga para o Tocantins, confronto, família refém e suspeito morto
Operação Canguçu
Divulgação/PM TO
O grupo entrou no Tocantins pelo rio. Segundo a polícia, havia embarcações já preparadas para a fuga. Eles percorreram o rio Araguaia e o rio Javaés, até chegarem ao município de Pium, região da Ilha do Bananal.
O grupo desembarcou perto do Centro de Pesquisa Canguçu, da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e afundou embarcações para não deixar rastros.
Na tarde de segunda, policiais da Patrulha Rural, que faziam ronda pelo município de Pium, se depararam com o grupo criminoso e trocaram tiros. Esse foi o primeiro confronto. Os suspeitos estavam fortemente armados e se dividiram em dois grupos. Os policiais tiveram que recuar após a munição acabar.
Um dos grupos foi até a fazenda Agrojan e fez uma família refém. Além disso, roubou veículos da propriedade rural. Ao perceberem a chegada da polícia, eles liberaram a família e fugiram.
Reforços do Tocantins foram enviados para ajudar nas buscas. A polícia fez um cerco e houve mais um confronto.
Turistas estrangeiros e funcionários que estavam na região do Projeto Canguçu precisaram ser retirados com apoio da polícia naquela tarde, por causa dos confrontos.
Durante a noite, as equipes policiais tiveram o terceiro confronto com os criminosos, por volta das 19h. Um dos suspeitos foi atingido e morreu no local.
Dia 11 de abril – Suspeito preso, apreensão de armamento e milhares de munições
Fuzil .50 foi deixado por criminosos durante fuga, na Ilha do Bananal
Divulgação
Policiais do Mato Grosso, Goiás e Pará foram enviados para a região com o objetivo de reforçarem as buscas. Uma base foi montada pela força-tarefa na sede da fazenda Agrojan. O trabalho tem o apoio de aeronaves e embarcações.
Durante as buscas, os policiais conseguiram prender Paulo Sérgio Alberto de Lima, de 48 anos.
A polícia apreendeu metralhadoras capazes de abater um helicóptero; um fuzil 762; milhares de munições; capacetes e coletes balísticos, além de um motor de popa e gasolina.
Dia 12 de abril – Novos confrontos e segundo suspeito morto
Policiais com cães buscam por criminosos escondidos na Ilha do Bananal
Reprodução
No terceiro dia de perseguição aos criminosos, a PM do Tocantins recebeu reforços de Minas Gerais. Com isso, quatro estados estão envolvidos nas buscas.
Um segundo integrante do grupo criminoso morreu após confronto com a polícia, na zona rural de Marianópolis do Tocantins próximo do povoado Cocalim. Essa região está dentro do perímetro estabelecido pela polícia. O suspeito foi identificado como Raul Yuri de Jesus Rodrigues, de 28 anos.
Dia 13 de abril – reforço de aeronaves
A força-tarefa foi reforçada com mais duas aeronaves e 14 militares especialistas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Minas Gerais.
Vídeos publicados nas redes sociais mostraram policiais sobrevoando a Ilha do Bananal em helicóptero e percorrendo rios em canoas, durante caçada. Pelas imagens, é possível ver que a ilha é extensa, cercada por vegetação nativa e uma mata fechada, o que dificulta ainda mais o trabalho da equipe.
Dia 14 de abril – equipe ganha café da manhã de moradora
Moradora leva café e bolo para policiais que estão há cinco dias na caçada por suspeitos no Tocantins
Divulgação
O comandante da PM, Márcío Barbosa, foi até a região onde o cerco foi montado. Ele informou que os policiais só deixarão a ilha quando todos os criminosos forem capturados.
A operação conta com o apoio de moradores locais. Na manhã, uma equipe que está no assentamento Café da Roça, município de Pium, ganhou café, bolo e pães de queijo de dona Marlene. A moradora saiu de casa e levou o alimento, em uma bicicleta, até o ponto de bloqueio, onde os policiais estão concentrados.
Dia 15 de abril – Novo confronto
Policiais durante a Operação Canguçu
PMTO/Divulgação
Policiais trocaram tiros com criminosos na divisa do Tocantins com o estado do Pará. Não há confirmação de possíveis mortes ou prisões.
Após a troca de tiros, o bando teria fugido da região, que fica perto de uma perto de uma grande fazenda.
Dia 16 de abril – Governador visita base da operação
O governador do Tocantins visitou o Posto de Comando da Operação Canguçu. Wanderlei Barbosa destacou a importância da integração das polícias estaduais, agradecendo os governadores do MT, PA, GO e MG que enviaram suas tropas para reforçar a operação. A visita aconteceu na região de Pium e Marianópolis, na base da Operação.
Dia 17 de abril – Uma semana do cerco
O prefeito de Marianópolis, Isaias Piagem (DEM), publicou um decreto suspendendo as aulas, o atendimento médico e transporte de moradores da zona rural. A medida foi adotada para garantir a segurança dos moradores, durante a operação.
Granadas, armas e municções foram apreendidos nas áreas de confronto da caçada. Entre o material estavam fuzis calibre 50 com alto poder de destruição, munições e materiais explosivos.
Dia 18 de abril – Munições usadas em guerra
Fuzis com alto poder de destruição foram apreendidos na Operação Canguçu
Divulgação/ Polícia Militar
Nossa reportagem revelou que as munições apreendidas na operação são comuns em guerras e de uso restrito das Forças Armadas. A informação foi repassada ao g1 pelo delegado Evaldo Gomes, chefe da Delegacia Especializada em Investigações Criminais de Palmas.
Quarta-feira (19) – Quatro morrem após confronto
Vídeo mostra tiroteio entre Polícia e grupo que atacou Confresa
Quatro suspeitos morreram em confronto com policiais, na sede da fazenda Vale Verde, zona rural de Pium. No local, policiais apreenderam quatro fuzis que eram usados pelo grupo.
Um vídeo divulgado pelos policiais mostra intenso tiroteio e policiais deitados perto de uma área de mata para se proteger.
Dia 20 de abril – Ambulância é escoltada
Ambulância aguardando escolta para busca paciente em assentamento de Pium
Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera
O g1 mostrou que a força-tarefa da Operação Canguçu conta com serviços de atendimento de saúde para a equipe envolvida no caso. Os policiais têm um avião à disposição para socorrer no caso de algum ferimento ou atendimento grave. Além disso, um posto médico foi instalado na base de operações, para dar socorro emergencial, com médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem.
Em Pium, uma equipe de saúde precisou ser escoltada para socorrer um paciente em estado grave por suspeita de chikungunya.
Dia 21 de abril – Viatura capota e deixa feridos
Viatura capotou em estrada de chão
PM-TO/Divulgação
Uma viatura da Polícia Militar do Tocantins, que fazia buscas pelos criminosos, capotou na zona rural de Pium. Quatro policiais ficaram feridos. Um deles ficou em estado grave e precisou ser encaminhado de helicóptero para Palmas.
Segundo suspeito é preso enquanto tentava deixar o cerco policial em um ônibus.
Momento em que bombeiros retiram policial do helicóptero
Divulgação/Bombeiros
Dia 22 de abril – sétimo suspeito morre após confronto
Um novo confronto entre policiais e grupo criminoso foi registrado no fim da tarde de sábado, na zona rural de Pium. De acordo com a Polícia Militar, um suspeito foi morto. Esse foi o sétimo do grupo que morreu após troca de tiros com policiais.
Dia 23 de abril – policial sai da UTI
O corpo do sétimo suspeito morto foi levado para exames de identificação no Instituto Médico Legal (IML) de Palmas.
O policial que ficou ferido, após uma viatura capotar durante as buscas, recebe alta da UTI.
Dia 27 de abril – Oitavo suspeito morre em confronto
Polícia continua caçada pelos criminosos que aterrorizaram Confresa (MT)
Novo confronto entre policiais e suspeitos foi registrado em fazenda próximo da TO-080, em Marianópolis. Suspeito foi socorrido, mas chegou ao hospital sem vida.
Dia 28 de abril – governadores visitam base
Os governadores de Mato Grosso, Goiás e Tocantins se encontraram durante visita a base da Operação Canguçu, na região oeste do estado.
Governador Wanderlei Barbosa, recebe governadores do MT e GO em base da Operação Canguçu
Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera
Dia 29 de abril – nono suspeito morre em confronto com a polícia
Nono suspeito foi baleado em uma troca de tiros entre os municípios de Marianópolis e Caseara, na fazenda Carreiro. Com ele a polícia encontrou um fuzil.
Dia 30 de abril – tiroteio próximo à rodovia
Tiroteio entre polícia e dois suspeitos no fim da tarde perto da TO-080.
Família de Marianópolis é feita refém por mais de 8 horas.
Suspeitos de planejarem a logística do ataque são presos em Araguaína (TO) e Rendenção (PA).
Durenta audiência de custódia, um deles diz que trabalhava em garimpo ilegal.
Audiência de custódia de suspeito de fazer a logística do ataque a Confresa (MT)
Dia 1º de maio – número de mortos em confrontos sobe para 15
Seis supeitos morrem em tiroteio com PM e total chega a 15.
Viatura da PM é atingida por tiros.
Mais armas e dinheiro estrangeiro são encontrados.
Dia 2 de abril – fuzil roubado de SP
Fuzil belga é utilizado pela Policia Militar de São Paulo
Divulgação
Polícia descobre que fuzil encontrado com criminosos foi roubado da polícia de São Paulo.
Polícia Civil de Mato Grosso e do Tocantins prendem o principal articulador de logística do ataque à cidade de Confresa. Prisão foi em Araguaína. A suspeita é que ele teria ajudado a planejar o assalto e que tenha alugado uma casa que serviu de base para os criminosos.
Polícia descobre estratégia de suspeitos para tentar não deixar rastro na fuga: eles usam sacos de fibra amarrados aos pés.
Criminoso usava sacos de fibras sintéticas para tentar despistar a polícia
Reprodução/Redes Sociais
Dia 4 de abril – Origem dos suspeitos
Policiais identificam a origem dos principais suspeitos. A maioria é do estado de São Paulo.
Dia 7 de abril – divulgação de imagens de drones
Imagens de drone termal que tem ajudado a polícia na busca por criminosos
Operação conta com tecnologia de drones para auxiliar na busca por criminosos.
Em depoimento, suspeito preso confessa que o assalto não foi feito porque a fumaça da sala do cofre atrapalhou os criminosos. Ele explica ainda a divisão do dinheiro que seria roubado.
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Fonte: G1 Tocantins