Testemunhas em processo que investiga grupo de extermínio na Polícia Civil começam a ser ouvidas

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Ao todo, 65 testemunhas indicadas no processo devem ser ouvidas em audiências, até o dia 17 deste mês. A suspeita é de que dois delegados e cinco agentes cometiam assassinatos para promover uma espécie de ‘limpeza social’. Começa neste terça (9), a audiência para o suposto grupo de extermínio
Um total de 65 testemunhas devem ser ouvidas, a partir desta terça-feira (9), sobre o processo que investiga um grupo de extermínio dentro da Polícia Civil. Por causa da quantidade de pessoas, as audiências de instrução devem seguir até o dia 19 deste mês, no Fórum de Palmas.
Além das testemunhas, dois delegados, Ênio Walcacer e Amaury Santos, e cinco agentes da Polícia Civil também participarão das audiências nos dias 17 a 19 deste mês. Eles são investigados por montarem um grupo de extermínio e cometerem homicídios na capital para promover uma espécie de ‘limpeza social’.
Segundo a investigação da Polícia Federal, o suposto grupo agia dentro da Divisão Especializada de Repressão à Narcóticos de Palmas (Denarc) e usava os carros da própria unidade para cometer os assassinatos.
Testemunhas do processo que investiga um grupo de extermínio serão ouvidas no Fórum de Palmas
Divulgação/ TJTO
A sessão desta terça-feira começou às 8h. Quatro pessoas devem ser ouvidas ao longo do dia, sendo duas pela manhã e duas à tarde. O Tribunal de Justiça limitou o uso de vagas para familiares de vítimas e réus envolvidos, além do público em geral e entidades classistas. Serão 82 poltronas, o que representa 57% das cadeiras disponíveis. A limitação tem como objetivo garantir a segurança de todos os participantes.
Entre os nomes indicados pela defesa e acusação estão delegados da Polícia Civil e da Polícia Federal, agentes da PC, parentes de vítimas, promotores, secretários, ex-secretários e até o ex-governador Mauro Carlesse (Agir).
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A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins informou que os fatos estão judicializados e que há um processo administrativo para apuração.
A defesa do delegado Ênio Walcacer informou que a audiência vai ser para comprovar a inocência dele. A defesa do delegado Amaury Santos disse que estranha o fato de que Amaury ainda esteja preso, já que não haveria razões para isso. A defesa ressaltou ainda que está empregando todos os esforços para que o delegado seja inocentado.
A defesa dos agentes afirma ter certeza da inocência deles e diz que as denúncias são absurdas.
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Investigações
Dois delegados e cinco agentes da Polícia Civil foram presos suspeitos de integrar grupo de extermínio
Reprodução
Segundo as investigações, o grupo seria responsável por várias mortes que aconteceram em Palmas entre 2019 e 2020. Entre as execuções supostamente atribuídas ao grupo de extermínio, a denúncia cita as mortes de Geovane Silva Costa e Pedro Henrique Santos de Souza, que ocorreram em março de 2020 no Setor União Sul, em Palmas.
Para os promotores, os assassinatos teriam sido cometidos por motivo torpe e “na intenção dos agentes de promover uma ‘limpeza social’ em Palmas”, já que as vítimas eram pessoas com antecedentes criminais.
Outras três mortes que ocorreram no mesmo dia das anteriores, só que no Setor Aureny I, também são associadas aos denunciados. As vítimas são José Salviano Filho Rodrigues, Karita Ribeiro Viana e Swiany Crys Moreno dos Santos, que morreram nas mesmas condições.
Todos os denunciados são suspeitos de integrarem o grupo de extermínio. Segundo apurado, os agentes Antônio Júnior, Antônio Mendes, Carlos e Giomari seriam responsáveis por cometer os assassinatos. Callebe acompanhava em tempo real a localização e deslocamento das vítimas e os delegados seriam responsáveis por coordenar as ações, ‘instigando e incentivando os executores’.
A denúncia também cita que o delegado Amaury e os agentes Antônio Mendes, Giomari e Callebe também teriam atrapalhado a apuração de crimes que supostamente envolviam a organização criminosa quando descobriram que estavam sendo investigados, entre março e maio deste ano.
Defesa dos policiais
No dia 20 de julho, o advogado dos policiais civis se posicionou alegando que o grupo é inocente e vítima perseguição por não colaborar com possíveis ilegalidades dentro da Polícia Civil. Também afirmou que mortes citadas na denúncia se tratam de ‘guerra de facções’.
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Fonte: G1 Tocantins