Ciclistas e moradores da zona rural de Palmas se preocupam com o sumiço da ave. Na última semana, o g1 mostrou o caso da arara Nina, encontrada morta no Jalapão. Ciclistas e moradores estão preocupados com o sumiço da arara Lara
O sumiço da arara Lara é um mistério em Palmas. A ave, que costumava pegar ‘carona’ com cilcistas e mantinha amizade com moradores da zona rural de Palmas, está desaparecida há duas semanas. O caso preocupa a comunidade.
Esse é o segundo caso de desaparecimento envolvendo araras no Tocantins. Na semana passada, a arara-canindé Nina, que vivia na comunidade quilombola do Carrapato, no Jalapão, há quatro anos, desapareceu por uns dias e foi encontrada morta, com uma marca de tiro. O caso revoltou a comunidade local. Nina vivia livre, mas gostava de interagir com moradores e turistas.
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Aqueles que convivam com a ave Lara, em Palmas, estão incomodados com o desaparecimento. O passeio dos grupos de ciclistas já não é mais o mesmo.
“É estranho, estávamos acostumados a passar por aqui nas manhãs ou fim da tarde. Quando descia a rampa desse circuito, a gente avistava ou já ouvia o barulho dela. Era uma alegria para os ciclistas, o pessoal parava para tirar fotos”, relatou o consultor de vendas, Marcos Aurélio Piau.
Arara Lara costumava pegar carona com ciclistas em Palmas
Reprodução/TV Anhanguera
A relação do animal com a galera do pedal já era famosa. No ano passado, a TV Anhanguera mostrou o carinho entre eles. A arara voava ao lado dos ciclistas e chegava a pousar sobre eles. A servidora pública, Vanessa Rodrigues, sente falta da companheira.
“Triste, porque a gente sai praticamente só para ver ela, é muito prazeroso. Justamente por ser um animal silvestre, a gente não tem contato com outras araras, então ela faz muita falta para a gente”.
A ave convivia com os moradores da região há pelo menos dois anos. Ela era livre, ia e voltava quando queria, mas nunca tinha ficado tanto tempo sem aparecer. Agora, a esperança deles é que a ave esteja no ninho chocando os ovos.
A Lara apareceu na região já adulta. A amizade e a confiança foram construídas com o tempo. Se para os ciclistas ela faz falta, para a dona Irenildes, de 79 anos, dona da chácara onde a arara passava a maior parte do tempo, a dor é ainda maior.
Trilha das araras encanta ciclistas de Palmas
Reprodução/TV Anhanguera
“Mesma coisa de perder uma pessoa, não é? Muito triste, minha menina ontem de manhã disse assim: ‘Mãe, hoje eu chorei por causa da arara’. Sem ela aqui é ruim demais, meus meninos estão sentindo muita falta porque brincavam muito com ela”, disse, emocionada, a dona Irenildes.
Na chácara, todos lembram muito bem como foi o último dia de convívio com a Lara.
“Ela veio voando, gritando, sentou no poste, nós conversamos com ela e ela calada. Ela chegou meio triste. Ela entrou dentro do galpão e gritou. Eu falei: ‘Mulher, porque tu estava sumida? Tu sumiu o dia todinho hoje, estava preocupada contigo’. Ela entrou ficou lá, onde ela dorme todo santo dia, quando amanheceu o dia ela não apareceu para tomar café, nem comer nada. Até hoje”.
Representantes de órgãos de fiscalização e proteção a animais já estiveram no local. Quem convivia com a Lara, teme que se repita a trágica história da arara Nina, morta no Jalapão.
“A arara é um animal silvestre e é crime você fazer apreensão ou o uso da arara de forma doméstica. A gente está aguardando, se alguém souber, tiver alguma informação, entre em contato conosco, para as autoridades fazerem o devido resgate”, enfatizou o servidor público Dimas Magalhães.
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Fonte: G1 Tocantins