De vilã a futura rainha consorte, Camilla consolida seu lugar na realeza britânica com o aval de Elizabeth II

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Monarca protege futuro da instituição e suaviza transição, ao promover atual mulher de Charles, após 17 anos de casamento. Príncipe Charles e Camila Parker-Bowles participam de cerimônia hindu no Rio Ganges, na Índia, em 2013
AFP
De olho no futuro da monarquia, a rainha Elizabeth II mira também numa transição amena ao promover Camilla de princesa a rainha consorte quando chegar a hora de Charles assumir o trono britânico. A aceitação definitiva da mulher do príncipe herdeiro, a quem a princesa Diana se referiu um dia como a terceira pessoa em seu casamento, marcou o Jubileu de Platina da monarca.
De vilã e amante de Charles, Camilla conquistou seu lugar na realeza numa trajetória cheia de percalços. Não se pode dizer que ela é popular como foi Diana, que conquistou a alcunha de princesa do povo, ou como Kate é atualmente. Camilla tem 32% de aprovação entre os súditos, metade do prestígio da mulher de William, de acordo com pesquisas.
Elizabeth II completa 70 anos de reinado
Os 17 anos de casamento com Charles, contudo, suavizaram a imagem de Camilla e deixaram para trás o rótulo de pivô do divórcio dos príncipes. A duquesa da Cornualha virou o jogo, assegurado agora com a bênção de Elizabeth II para tornar-se rainha consorte.
Como resumiu o jornalista Peter Hunt, ex-correspondente real da BBC, a rainha está protegendo o futuro de uma instituição à qual vem servindo há 70 anos. “Para Camilla, estará completa a jornada que começou como terceira pessoa em um casamento até tornar-se rainha à espera de assumir o trono.”
O casamento com Charles, em 2005, sequer assegurou à Camilla o título de Princesa de Gales, por ainda estar associado à Diana, morta oito anos antes, já divorciada, em um trágico acidente em Paris. Na época, especulava-se que ela jamais seria rainha.
Aos poucos e discretamente, Camilla ocupou seu espaço na realeza e ao lado da rainha nos desfiles de carruagem. Apoia instituições de animais, trabalha contra a violência doméstica e em entidades de caridade de alfabetização. Segundo uma pesquisa recente do YouGov, apenas 14% dos britânicos querem vê-la como rainha consorte. Isso explica o apelo tão veemente de Elizabeth II em favor da nora na mensagem aos súditos:
“E quando, na plenitude do tempo, meu filho Charles se tornar rei, eu sei que vocês darão a ele e à sua esposa Camilla o mesmo apoio que me deram; e é meu desejo sincero que, quando chegar a hora, Camilla seja conhecida como rainha consorte.”
O reinado de Charles, atualmente com 73 anos, na companhia de Camilla, de 74, será bem mais curto, com enormes desafios para sustentar os alicerces da monarquia, abalada com escândalos sucessivos, e manter a unidade da Comunidade Britânica. Aos 95 anos, Elizabeth II ainda se mostra firme e não dá sinais de que pretende liberar o trono.

Fonte: G1 Mundo