Comerciantes de cidades na área de buscas por criminosos que atacaram Confresa (MT) relatam prejuízos

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Economia da região é movimentada por moradores e trabalhadores da zona rural. População tem medo de confrontos nas estradas por causa da Operação Canguçu, que completa 30 dias. Polícia acredita que mais cinco criminosos estão escondidos na mata
A busca pelo grupo criminoso que atacou Confresa (MT) e fugiu para o oeste tocantinense tem causado prejuízos financeiros para os comerciantes locais, principalmente das cidades de Marianópolis e Pium. A recomendação da Polícia é que a população evite transitar pelas estradas, por causa dos riscos de confrontos entre policiais e suspeitos. Por causa disso, moradores e trabalhadores rurais tem reduzido a ida para as cidades.
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Como a economia local é movimentada por esses públicos, os comerciantes das cidades têm vivido uma verdadeira crise, que pode chegar à queda de 50% no faturamento mensal.
O impacto direto nas vendas tem sido mais ou menos de 35%, no mês que já fechou. Previsão para esse mês é que se a operação continue, a gente chegue a 50% de queda
Outro comerciante que sentiu o impacto no bolso é Alcindo Prediger. “Muita gente deixou de pagar as contas, porque a gente vende no crediário”, conta.
Comerciantes de Marianópolis e Pium sentem crise por falta de movimentação
Reprodução/TV Anhanguera
Em Pium, a situação não é diferente. Além do comércio, outra área bastante afetada é a educação. Nesta região de assentamentos rurais os ônibus escolares ainda não podem circular por causa dos riscos de confrontos. Com isso, as salas de aulas estão vazias.
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Para tentar contornar a situação, o motorista dos transportes escolares entregam as apostilas e atividades na casa dos alunos. “A gente está passando muita dificuldade com aqueles alunos que não possuem acesso à internet, que não têm computador ou celular para estar sendo assistidos nos grupos de WhatsApp. A gente está vivendo de uma forma anormal. Todos assustados ainda, todos muito preocupados”, conta a diretora da escola do assentamento Macaúba, Marcilene Soares.
Operação Canguçu
A preocupação e a insegurança que a diretora comenta se dão por conta da Operação Canguçu, que chega ao 30º dia nesta terça-feira (9). Ao todo, 15 suspeitos foram mortos em confrontos com as polícias e outras 5 pessoas estão presas. A Polícia estima que cinco suspeitos continuam foragidos.
A Operação conta com cerca de 350 policiais e equipamentos de alta tecnologia para a descoberta do paradeiro dos suspeitos. “Nós temos trabalhado arduamente para que a gente capture esses criminosos e consiga devolver essa segurança para aquela população que tem sido atingidas nesses dias”, comenta o porta-voz da PM do Tocantins, Thiago Monteiro.
Criminosos estariam se alimentando de espigas de milho, diz PM
Divulgação
O militar comenta que os rastros que os suspeitos têm deixado indicam que eles ainda estão na região. Na última sexta-feira (5), a PM encontrou espigas de milho e sapatos velhos durante as buscas. A suspeita é que eles têm se alimentado do milho que pegam em plantações na região. Também foi encontrado sal com ureia, que serve de suplemento na alimentação de bovinos.
Os suspeitos ainda estariam usando sacos amarrados aos pés, para tentar não deixar pegadas por ponde passam. Estratégia que foi descoberta com a morte de um dos suspeitos.
Criminoso usava sacos de fibras sintéticas para tentar despistar a polícia
Reprodução/Redes Sociais
As equipes que fazem parte da Operação Canguçu percorrem uma área de 4,6 mil km, em quatro cidades. Um verdadeiro arsenal de guerra foi apreendido durante a operação. Entre as apreensões estão armamento de grosso calibre, inclusive fuzis furtados da PM de São Paulo, milhares de munições, coletes à prova de bala e outros materiais.
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Fonte: G1 Tocantins