Casos de toxoplasmose passam de 200 no Tocantins e metade são de gestantes; saiba quais são os sintomas e como prevenir

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Em 2021, Secretaria de Estado da Saúde confirmou 475 pessoas com a doença, que pode causar complicações ao feto. Desse número, 221 eram mulheres gestantes. Mais de 200 pessoas pegaram toxoplasmose neste ano no Tocantins
Nos primeiros seis meses deste ano, mais de 200 pessoas tiveram o diagnóstico de toxoplasmose no Tocantins, e metade desse número se trata de confirmações em gestantes. A doença, causada por protozoário e transmitida através da urina ou fezes dos gatos e outros felinos contaminados, pode causar sequelas em bebês.
De acordo com o infectologista Flávio Milagres, o protozoário causa diversas alterações na criança e é transmitido pela mãe infectada. “O protozoário pode atravessar a barreira placentária e comprometer o feto, trazendo más-formações, debilidades, alterações auditivas e alterações mentais nesse recém-nascido. Por isso, a recomendação extensa de fazer a investigação da toxoplasmose durante a gestação”, alerta o médico.
Gestantes correm riscos com a toxoplasmose
TV Anhanguera/ Divulgação
A operadora de caixa Adrielle Lacerda passou pelo susto de ser diagnosticada com a toxoplasmose quando estava grávida. Com o tratamento, felizmente a menina nasceu sem nenhum problema de saúde. “O começo foi de medo do que poderia acontecer. Mas com muita ajuda e informações, consegui concluir o tratamento. Hoje ela está com quatro meses e todos os exames mostram que está tudo dentro da normalidade” conta a mãe, explicando ainda que elas fazem acompanhamento no Hospital de Doenças Tropicais (HDT).
Adrielle Lacerda teve toxoplasmose durante a gravidez
Arquivo pessoal
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), 475 pessoas foram diagnosticadas com a toxoplasmose, sendo 221 gestantes. Neste ano, o número de pessoas infectadas passa de 200, com 93 gestantes infectadas com o protozoário Toxoplasma Gondii, causador da doença.
Gravidade em adultos
Segundo o infectologista, em crianças os sintomas são brandos, mas em adultos, a doença se manifesta de forma mais intensa. “A criança tem muitas vezes gânglios aumentados no pescoço e um quadro febril arrastado. Na maior das vezes, ela passa a ser benigna e evolui de uma forma boa. Já o adulto costuma ter sintomas mais agressivos e pode ter muita dor no corpo, febre e dificuldade de diagnóstico”, reforça o médico.
Sintomas e tratamento
A toxoplasmose é considerada comum e segundo o Ministério da Saúde (MS), pode ser transmitida ao ser humano com a ingestão de alimentos e líquidos contaminados pelo protozoário Toxoplasma Gondii.
Dependendo do estágio da infecção, seja crônico ou agudo, ou se a pessoa estiver com a imunidade baixa, pode apresentar sintomas mais leves, similares aos de uma gripe, ou intensos, como febre, dor de cabeça, confusão mental, falta de coordenação e convulsões.
Nas mulheres grávidas, em alguns casos pode ocorrer o aborto. Algumas crianças também nascem com icterícia, macrocefalia, microcefalia ou crises convulsivas. Em alguns casos, os problemas surgem durante a vida da criança.
Para tratamento, o protocolo do Sistema Único de Saúde (SUS) inclui em medicação para amenizar os sintomas de pessoas que não tem quadro de sequelas. Na gravidez, é necessário que exames sejam feitos durante o pré-natal e os protocolos são administrados dependendo da evolução.
Prevenção
De acordo com o Ministério da Saúde, evitar a consiste em adquirir bons hábitos na hora de tratar os alimentos e líquidos, e ainda em cuidar de gatos de estimação. Veja algumas orientações:
Evite comer carne crua ou malpassada;
Evite beber leite ou produtos lácteos não pasteurizado.
Obedecer normas para congelamento de carnes, a uma temperatura interna de -12º C;
Frutos do mar também precisam ser bem cozidos;
Lavar bem as frutas e legumes com água adequadamente tratada;
Limpar as superfícies de cozimento e os utensílios que tiveram contato com alimentos sem higienização;
Lavar bem verduras e legumes;
Consumir água tratada e 100% potável;
Fazer a limpeza correta de caixas d’água.
Com relação a pessoas que tem contato com felinos, as orientações do órgão incluem:
Cobrir caixas de areia em que crianças brincam, para evitar que gatos as utilizem;
Limpar caixa de areia dos gatos de estimação diariamente;
Mulheres grávidas e pessoas com baixa imunidade devem evitar manusear as caixas de areia de animais. Se precisar trocar, o ideal é que usem luvas e máscara;
Não alimentar gatos com carne crua ou malpassada.
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Fonte: G1 Tocantins