Defensoria Pública do Tocantins realizou vistoria em Paranã e fez reunião com a prefeitura, cobrando providências para evitar novos desabamentos. Casas desabaram durante fortes chuvas em Paranã
Divulgação/Defensoria Pública do Tocantins
Famílias de Paranã, na região sudeste do Tocantins, estão tendo que recomeçar após perderem quase tudo durante chuvas fortes que causaram alagamentos na cidade. Algumas casas desabaram e viraram amontoados de entulhos. Uma vistoria feita pela Defensoria Pública Estado do Tocantins (DPE-TO) constatou que, só centro histórico da cidade, sete casas foram destruídas. A situação deixou moradores desabrigados por tempo indeterminado.
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As casas destruídas em Paranã são centenárias. Famílias contam que quase todas as residências caíram no dia 10 de janeiro e até esta segunda-feira (24) estão da mesma forma. No momento dos desabamentos não havia moradores nos imóveis e ninguém se feriu.
“Eu quando vi as rachaduras, corri e tirei meu irmão de casa e os móveis. Se a gente tivesse ficado mais alguns dias, nem sei se estaríamos aqui pra contar história. É muito difícil porque essa casa é a história da nossa vida, aqui a gente nasceu e se criou”, lamenta uma moradora.
A Defensoria esteve na cidade na última sexta-feira (21) para avaliar os impactos causados pelas constantes chuvas. Moradores disseram que nenhuma vistoria havia sido feita antes para evitar a tragédia, tentar reparar os danos ou evitar que problemas semelhantes aconteçam.
Durante o trabalho o órgão identificou uma série de problemas, como alagamentos provocados por problemas no escoamento de águas pluviais. Conforme moradores, há alguns anos a lagoa da cidade teve parte aterrada e casas foram construídas no local. Com o excesso de chuvas, o solo encharca e causa problemas de alagamentos e entupimento de canos e escoamentos das águas.
Uma mulher que mora no setor Vila Nova conta que teve a sua casa alagada e perdeu móveis e eletrodomésticos. A jovem precisou sair da residência com a mãe e a filha de três anos.
“A água subiu que bateu na cintura, foi quase uma semana para baixar a água de dentro de casa, mas o quintal continua muito alagado. Ainda não temos condições de morar aqui porque além de ainda ter muita água tem o mau cheiro do entupimento de canos que carregam o esgoto”, disse a jovem.
Casas desabaram durante fortes chuvas em Paranã
Divulgação/Defensoria Pública do Tocantins
No local a coordenadora do Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas de Palmas, defensora pública Letícia Amorim, conversou com vítimas e com pessoas que estão com as residências cheias de rachaduras e com risco de desabamento.
“É muito triste ver as condições de um local, que tem tanta história, tão deteriorado. Por sorte, nenhum dos moradores estavam nas casas, mas os prejuízos são muitos e uma posição urgente precisa ser tomada para que o caos não seja maior e mais casas sejam derrubadas”, disse a defensora.
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Durante reunião com a Prefeitura, a gestão informou à Defensoria que está aguardando autorização dos moradores para a retirada dos escombros. Segundo o município, as pessoas afetadas têm objetos de valor sentimental e pediram prazo para a retirada dos entulhos.
A Defensora também cobrou vistoria técnica nas casas com rachaduras e assistência aos moradores prejudicados. O órgão também disse que irá solicitar apoio de universidades e engenheiros para elaboração de laudo técnico para que outras providências também sejam tomadas em proteção aos moradores.
Conforme a prefeitura, o município está buscando parcerias e recursos para a elaboração de laudos técnicos adequados para resolver o problema dos alagamentos, que já existe desde gestões anteriores. O gestor municipal ouviu as ponderações da Defensora Pública e que irão constar nas recomendações a serem expedidas e afirmou que novas providências serão tomadas com urgência tanto quanto aos problemas dos alagamentos quanto das notificações de dengue no município.
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Fonte: G1 Tocantins